Arthur de Mello Teixeira

SAÚDE PÚBLICA – SANEAMENTO BÁSICO

PREFEITO ARTHUR DE MELLO TEIXEIRA CRIA O CODAU

1.897 – Wenceslau Pereira de Oliveira proíbe a construção das latrinas de cisternas.

1.898 – Gabriel Orlando Teixeira é autorizado a proceder os estudos para abastecimento de água potável e esgotos.

1.907 – O engenheiro Jesus Valdetaro tem o privilégio de estabelecer e fazer funcionar os aparelhos para esgoto pelo sistema Ecott Moncrieff, no governo de Manoel Terra.

1.910 – Phillipe Achê é autorizado a adquirir o abastecimento de água de Jesuíno Felicíssimo. Autoriza a construção de uma galeria de esgoto.

1.914 – Silvério José Bernardes autoriza o Presidente da Câmara a entrar em acordo com o Governo do Estado no sentido de realizar obras de saneamento.

1.927 – Olavo Rodrigues da Cunha sanciona Lei 543, dispondo sobre serviços de água.

Estas são as principais resoluções do Poder Público Municipal em favor do saneamento básico até o ano de 1.950, de acordo com o levantamento procedido pelo Arquivo Público.

Estas resoluções, ainda que tímidas, refletem preocupações dos governos municipais em preservar a saúde pública. Os problemas cresciam com a cidade, mas os recursos arrecadados não acompanhavam as necessidades.

Desde a gestão do Prefeito Carlos Martins Prates, (1943/1946) que o serviço de abastecimento de água pertencia ao Estado, adquirido que foi pelo Governador Benedito Valadares (1933/1945). A responsabilidade deste setor estava entregue à Thomaz Bawden, aliviando assim a participação do município, até a posse de Antônio Próspero, (1951/1955), que substituiu Boulanger Pucci (1947/1951) no comando do Executivo.

Próspero que tinha em Otacílio Rodrigues da Cunha seu chefe de Serviço de Educação e Saúde, deixou sua marca na construção de estruturas voltadas para o saneamento. A partir de 1955, Artur Teixeira só fez o que lhe permitiu o seu minguado orçamento.

Coube à Jorge Henrique Furtado, empossado em 1959, o mérito de iniciar a construção de uma infraestrutura básica para a ampliação dos serviços de abastecimento de água e esgotos. Embora criticado por não ter construído obras de fachada, sua preocupação era com a saúde política, preferindo utilizar todos os recursos disponíveis do município em obras de saneamento. Em sua gestão, foi construída a segunda adutora da cidade. Teve a seu lado, como responsável pelos serviços de abastecimento, o Sr. Francisco Lopes Veludo. Chico Veludo, como era conhecido, que teve êxito em seu trabalho.

Artur de Melo Teixeira, de volta em 1.963, acatando sugestão de Chico Veludo, manda elaborar pela Nível Engenharia do Rio de Janeiro, um projeto definitivo para o problema de água, para uma cidade em constante crescimento.

O antigo Departamento de águas se transformou no final de seu mandato, em uma Companhia mista, a CODAU. Sua primeira Diretoria contou com Léo Derenusson, Padre Antônio Fialho, Gilberto Rezende, além de Geraldo Barbosa e Douglas Prata, com diretores adjuntos.

Os frutos de decisão de Artur em constituir a CODAU, começaram a aparecer a partir de 1.967, no governo de João Guido, engenheiro que conhecia em profundidade as necessidades de Uberaba e que tinha o arrojo dos grandes administradores. Na sua gestão aconteceu o fato mais importante para a solução dos problemas financeiros dos municípios brasileiros: a criação do ICM – Imposto sobre Circulação de Mercadorias – que permitiria o retorno de vinte por cento de toda a arrecadação.

Pela primeira vez na história das administrações municipais, as cidades brasileiras passaram a contar com previsão de recursos para obras públicas.

João Guido executou na íntegra o projeto elaborado para a CODAU, construindo urna nova estação de recalque, captação de água, adutora e estação de tratamento, além dos reservatórios de Amoroso Costa e Abadia.

Mário Grande Pousa, empresário acostumado a desafios, comandou a CODAU acompanhado de Ramises Mamere, Antonio Staciarini e Noel Sampaio. Sua gestão se estendeu do Governo de João Guido ao de Arnaldo Rosa Prata, (1971/1972), passando pela administração do Vice-Prefeito, Randolfo Borges, ao assumir a Chefia do Executivo, quando da eleição do titular à Câmara Federal.

Arnaldo Rosa Prata, ao assumir a Prefeitura com seu Vice – Wagner do Nascimento concentrou recursos no setor de saneamento. Esgotos, canalização de córregos, (Av. Leopoldino de Oliveira e Fidélis Reis), construção de galerias pluviais e ampliação das ligações de água mereceram atenção especial. Pelo volume de obras realizada em seu curto mandato, impossível imaginá-las executadas em apenas dois anos.

Seu sucessor, Hugo Rodrigues da Cunha, empossado em 1973, não deixou por menos. Dos 46.777 metros lineares de rede de água existentes, Hugo acrescentou mais 128.207 metros. O mesmo aconteceu com as galerias de águas pluviais, que de 2.000 metros, saltaram para 13.290 metros. Continuou o trabalho de Arnaldo na Cobertura da Av. Leopoldino de Oliveira, Santos Dumont e Odilon Fernandes, completando 4.969 metros de canalização.

Vicente Marino Jr., coadjuvado por Geraldo Barbosa e Pedro Humberto Carneiro, comandou a CODAU até 1.976.

Silvério Cartafina Filho, ex-Secretário Municipal de Saúde no governo Hugo, assume a Chefia do Executivo em 1.977, com a mesma preocupação do antecessor na área de saneamento. O esgoto do parque das Américas, que era um tabu, foi solucionado. Av. Guilherme Ferreira, Santos Dumont e início de canalização da Santa Beatriz, foram obras de destaque no setor de capeamento.

No setor de abastecimento de água, no comando de Geraldo Barbosa, Nicolau Amui e Vílvio Pagliaro, foram implantados 27.000 metros de rede de esgoto e cerca de 12.000 novas ligações de água. Construiu ainda o Castelo da CODAU no Parque das Américas e o segundo da Av. Nenê Sabino. Voltaremos em próximo artigo a comentar as obras de saneamento do período Wagner do Nascimento e Hugo R. da Cunha em seu segundo mandato.

Gilberto de Andrade Rezende – ex-Diretor Administrativo do Codau e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Fonte – Jornal da Manhã.