Cesário de Oliveira Roxo

CESÁRIO DE OLIVEIRA ROXO – O 1º PRESIDENTE DA ACIU E AS FAMILIAS SUCESSORAS.

Criada em pleno domingo de 16 de dezembro de 1923, a ACIU – Associação Comercial e Industrial de Uberaba teve como 1º presidente, Cesário de Oliveira Roxo que administrou a entidade de 1923 a 1927. Na sua primeira diretoria apenas quatro companheiros – Adolpho Soares Pinheiro, Raul Terra, Jonas de Carvalho e Fernando Sabino de Freitas.

Não foi pequeno o trabalho desempenhado por esta diretoria sob o comando de Cesário. Congregar sócios, criar estatutos, contatar entidades congêneres, legalizar seu funcionamento, fazer investidas de projeção da nova entidade nos meios políticos, econômicos e sociais da cidade, foram seus primeiros objetivos.

Por falta de sede, as reuniões eram realizadas no salão do Jockey Clube, nos salões dos cinemas Triângulo ou Polytheama, salão do “Círculo Italiano” ou na Escola de Comércio José Bonifácio.

Desde aquela época já se sentia os efeitos de “trancamento” de bancos afetando a economia local e exigindo providências da ACIU para sua regularização. Outra luta era para diminuição dos “pontos comerciais” (feriados).

Nota-se, todavia, que esta primeira administração foi composta por representantes dos mais significativos segmentos econômicos e principalmente de empresários dotados de espirito associativo, dispostos a darem sua contribuição em favor da classe empresarial.

A Entidade hoje, um dos principais polos de aglutinação dos interesses comunitários, registra, ao longo dos anos, a sucessão de importantes famílias uberabenses que sempre participaram da construção do conceito de que hoje desfruta.

De 1923, primeira gestão de Cesário de Oliveira Roxo até o final da diretoria de Sérgio Bóscolo em 1997, em 64 anos, trinta e duas diretorias se revezaram no comando da ACIU.

Dos 327 diretores que passaram pela entidade neste período, 137 pertencem a 39 grupos familiares e 190 não tiveram sucessores ou parentes na diretoria.

A família Árabe com 71 anos de trabalho em prol da ACIU, é a mais destacada. Distribuída entre oito membros de duas gerações, teve como líder José Miguel Árabe, ex-presidente que, sozinho, representou 32 anos de atividades. Com ele, trabalharam os irmãos Elias, Geraldo e Abrão, o cunhado George Abdanur, além do sobrinho Miguel. Atualmente, o filho, Marcelo e o sobrinho Elias Filho.
Não menos importante, a família Rodrigues da Cunha que, distribuída em nove membros e duas gerações, deixou, até agora, uma expressiva contribuição de 67 anos de trabalho em favor da classe. Hugo Rodrigues da Cunha, ex-presidente, é figura marcante por ter ocupado por duas vezes a chefia do Executivo e a Câmara Federal. Integrado no Conselho Consultivo, tem a seu crédito 29 anos de liderança. Carlos Alberto, Carlos Eduardo, João Gilberto, Antônio Ronaldo e Geraldino Rodrigues da Cunha, irmãos, tios e primos além de Paulo Válio, cunhado, juntam-se aos nomes de Edgar Rodrigues da Cunha, pai, e Carmelita Rodrigues da Cunha, filha.

Os Teixeira Leite deveriam estar em um quadro de honra da entidade. O pai Mouzinho Teixeira Leite dedicou 28 anos à casa, e o filho, ex-presidente José Mouzinho Teixeira e diretor da FCETM que, somando à participação do tio, também ex-presidente, Alexandre Cunha Campos, chega a 56 anos de expressivo trabalho em favor da sua comunidade.
A família Andrade/Rezende comemora 52 anos, com três gerações em volta da ACIU. O início foi em 1938 com os tios Segismundo Batista de Andrade, Reynaldo de Melo Rezende e Irajara Nogueira Borba. Responsabilizamo-nos pela segunda geração e já deixamos frutos de terceira com os filhos Luís Ricardo, Carlos Roberto e Maria de Lourdes Alves Resende, além de Paulo Fabiano.
Os Bóscolos vêm logo em seguida com 51 anos, distribuídos em duas gerações. O Sauro e o Nelson estrearam em 1968. Os filhos de Nelson, Renato e Ronaldo, já deram sua participação. Atualmente, respondem pela família o Nelson Jr. e Sérgio, presidente da Entidade.
A ACIU tem uma regra não escrita que é a de não reeleger ex-presidentes. A única exceção para confirmar a regra foi a eleição de Paulo José Derenusson, presidente em 1929 e em 1947. Seu filho, Léo Derenusson, também ocupou a presidência em 1964. A comunidade muito deve à atuação desta família que, ainda na terceira geração, contou com o apoio de Antônio Augusto, totalizando 47 anos de idealismo.
Com mais de 30 anos de serviços, sobressaem as famílias Misson (Alcides, Ricardo, José Humberto e Frederico), Laterza (João, Nicolau, Ivandro, Ivandro Jr., Miguel e Rodrigo Prata Laterza), Sabino de Freitas (Fernando Sabino de Freitas, Fernando Sabino, Zito e o filho Mauro, e, atualmente, Uracy de Paula), Guido (Santos Guido, João Guido, (ex-presidente, ex-prefeito e ex- deputado federal), Renato Santos e Antônio Augusto Moura Guido), Simonetti (Edson Simonetti – ex-presidente – e seu filho João Edson) e Dib Neto (Jorge e seu pai Miguel Jorge).
Há que se registrar também as famílias, que por mais de vinte anos vêm dando significativa parcela de colaboração, algumas já na terceira geração como a de Nassim Miguel Hueb (Miguel, Fued, João, os genros Cecílio João Jr. e Salim Felipe Abud e, atualmente, o neto Marco Felipe Abud), Emílio e Bernardo Pucci, os ex-presidentes José Cury Perez e seu filho José de Lima Neto, José Victor Aragão e filho Vítor de Aragão Neto, Milton Duarte Vilela e filho Milton Roberto, além de ex-diretores como Joaquim dos Santos Martins, Hugo Silva, substituídos pelos filhos André Martins e Fernando Silva.

Já Adilson Pereira de Almeida, ex-presidente, substituiu o sogro Avenir Miranzi. Não menos expressivas são as famílias com mais de dez anos. A mais numerosa é a dos Cecilio (Nagib, Salé, Mauro, Maurício e, atualmente, Samir Cecílio Filho), pais e filhos como a do Aziz Camilo Abrão e sua filha Mariângela, Jorge Zaidan e filha Márcia e genro (Luiz Antônio Guimarães); Benedito Jorge e filho Marco; Carlos Pedro Lau e filho José Carlos; João Cicci, Donato Cicci, e filho Dorival Cicci; Aurelino Luiz da Costa e o filho Aurélio Luiz da Costa, ex-presidente; Pedro Salomão e filho Urbano; Clemente Marzola e os filhos Heber e Ângelo; os irmãos Dornfeld (Helmuth -ex-presidente – Rubens e Walter); o avô Luiz Guaritá, ex-presidente em 1937, e o neto Luiz Guaritá Neto.

Mesmo não tendo parentes ou sucessores, é de justiça ressaltar os nomes de Augusto Afonso Neto, com mais de trinta anos de excelentes serviços prestados. Emílio Scussel e também o do ex-presidente Wilson Pinheiro com mais de 20 anos de casa. Com mais de dez anos, os ex-diretores Mário Salvador, João Carvalho, José Alves Trindade, Thiago Prata, Lanes Magnabosco, Marcos Garcia Fernandes, José Felipe Miziara, Pedro Elias Miziara, Ronaldo Benedito Cunha Campos, Nilo Teodoro Gomes, Pedro de Freitas Mundim, Geraldo Barbosa, Sebastião Parreira, Antônio Sebastião da Costa e os ex-presidentes Adolfo Soares Pinheiro, Antônio Joaquim Barbosa, Fidélis Reis, João Fernandes Correia, Lívio da Costa Pereira, Mário Grande Pousa, Torres Enes Brandão, Flamarion Batista Leite.

Acresce à relação os atuais diretores Pedro Walter Barbosa, Walter Pinti e Neir Dutra. Em resumo, das 39 famílias, 5 superam a barreira dos 50 anos, uma passou dos quarenta, seis a dos 30 anos, 8 a dos vinte, e onze a dos 10 anos. Do remanescente, 8 do grupo com menos de 10 anos, apenas a família Barsan continua na Entidade.

Ao todo são 1.621 anos de gestão de 1923 à 1997, se somado o trabalho de todos os diretores que passaram pela ACIU. Um eloquente atestado do interesse empresarial em favor de sua cidade, em 74 anos de atividades em prol dos interesses da comunidade.

Gilberto Rezende,

Levantamento efetuado em Dezembro de 1997 na ACIU de Uberaba